segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Premiação na XXI Jornada do Conhecimento do Grupo Fleury

Aconteceu a premiação da XXI Jornada do Conhecimento do Grupo Fleury.

Esta edição do evento bateu o recorde com 286 trabalhos inscritos entre Cases Administrativos e Trabalhos Científicos.12 grupos levaram o troféu mais um vale presente da Fnac: 3 na categoria Inovações Metodológicas; 2 na categoria Casos Clínicos, Ensaios Pictóricos e Integração do Conhecimento; 2 na categoria Estudos Epidemioló...gicos/Retrospectivos; 1 na categoria Trabalhos Originais derivados de Projetos de Pesquisa; e 4 na categoria Trabalhos Administrativos.

Confira os vencedores:

- Trabalhos originais - derivado de projeto pesquisa - THE ROLE OF ROUTINE POSTOPERATIVE TRANSVAGINAL ULTRASOUND AFTER BOWEL PREPARATION, PELVIC MRI AND ANTI-MÜLLERIAN HORMONE FOLLOWING EXTENSIVE LAPAROSCOPIC SURGERY FOR DEEP INFILTRATING ENDOMETRIOSIS IN INFERTILE WOMEN

Autor: Luciana Chamie
Coautores: Pereira, R.M.P. / Ribeiro, D.M.F.R. / Motta, E.L.A.M. / Blasbalg, R.B. / Serafini, P.C.S.

International Urogynecological Association - IUGA



Começou hoje o simpósio regional da IUGA na Escola Paulista de Medicina em São Paulo. Estou participando e gostando muito!

sábado, 5 de novembro de 2011

Ovários Policísticos

Participei hoje do Workshop Internacional "Ovários Policísticos" no Teatro da Faculdade de Medicina da USP-SP, com vários professores convidados, dentre os quais uma das maiores sumidades no assunto, o Prof. Richard Legro, da Universidade da Pensilvânia

sábado, 8 de outubro de 2011

Aula Dra Luciana Chamié no Congresso Mundial de Endometriose - WCE Montpellier 2011


THE ROLE OF ROUTINE POSTOPERATIVE TRANSVAGINAL ULTRASOUND AFTER BOWEL PREPARATION, PELVIC MRI AND ANTI-MÜLLERIAN HORMONE FOLLOWING EXTENSIVE LAPAROSCOPIC SURGERY FOR DEEP INFILTRATING ENDOMETRIOSIS IN INFERTILE WOMEN
 

domingo, 31 de julho de 2011

Visita do GAPENDI - Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade


Recebi a visita de Luciana e Silvia, representantes do GAPENDI- Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade no último sábado.

Gostaria de parabenizá-las pelo maravilhoso trabalho de divulgação e conscientização sobre a Endometriose,  abordando através de informações corretas os aspectos mais importantes da doença. O apoio e a troca de experiências também contribuem de forma muito positiva para o bem estar e saúde de todas as portadoras. PARABÉNS!





Colorado Convention Center

ASRM 2010 Denver, Colorado

terça-feira, 19 de julho de 2011

Capítulo de Endometriose do livro Cuadernos de Medicina Reproductiva


Participei da nova edição do Cuadernos de Medicina Reproductiva do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), com o capítulo sobre Diagnóstico por Imagem da Endometriose. O conteúdo desta edição fará uma excelente atualização sobre a Endometriose no Século XXI.

ARTIGO SOBRE ENDOMETRIOSE NA RADIOGRAPHICS


Já esta disponível on line nossa nova publicação sobre Endometriose na Radiographics!!
RadioGraphics 2011; 31:E77–E100

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM IMAGEM DA SPR Prof Dr. Feres Secaf


Aula Dra Luciana Chamié
Endometriose
31/07/2011 12:00-12:30

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Encontro Brasileito de Ultrassonografia
Aulas Dra Luciana Chamié:

Malformações Mullerianas: correlação US x RM x Laparoscopia
Endometriose: US e RM

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Jornada Paulista de Radiologia

Inicia hoje em São Paulo o evento mais importante da radiologia brasileira, a Jornada Paulista de Radiologia.
Aulas Dra Luciana Chamié:

Correlação das massas ovarianas benignas e malignas - 29/04

RM da uretra feminina: técnica, anatomia e patologias mais comuns - 01/05

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pólipos Endometriais

Pólipos endometriais são formações nodulares ou projeções da mucosa do endométrio (tecido que reveste internamente o útero), geralmente benignos, nutridos por um eixo vascular e sensíveis ao estímulo do hormônio estrogênio. Eles podem ser únicos ou múltiplos sendo mais freqüentes em mulheres entre 40 e 50 anos de idade. Suas dimensões são variáveis, sendo a localização mais comum o fundo uterino. A presença de um pólipo pode ser suspeitada pela história de sangramento uterino anormal na menopausa ou hipermenorragia na mulher que ainda menstrua (aumento da quantidade e duração do sangramento, sangramento no meio do ciclo menstrual), porém a grande maioria das mulheres não apresenta sintomas. Em mulheres na idade reprodutiva, pólipos maiores que 1,5 cm podem ser causa de abortamentos, sendo geralmente indicada a sua retirada.

O diagnóstico dos pólipos pode ser feito através de um exame ultrassonográfico transvaginal de rotina. Entretanto, em mulheres que ainda menstruam deve ser realizado preferencialmente entre o 8º e o 11º dias do ciclo menstrual. Isto porque o pólipo geralmente apresenta um aspecto branco (hiperecogênico) ao exame ultrassonográfico, podendo ser confundido com o endométrio da segunda fase do ciclo (pós-ovulatória ou secretora). O início do ciclo também não é um bom período para o seu diagnóstico, pois o endométrio está fino e pode apresentar aspecto heterogêneo em decorrência do fluxo menstrual. Já no período citado, entre o 8º e o 11º dias, o endométrio encontra-se de aspecto trilaminar e predominantemente cinza (hipoecogênico), facilitando muito a identificação do pólipo (branco). Isto pode parecer apenas um detalhe, mas faz toda a diferença no momento do exame.

Nas mulheres na pós-menopausa, devido à falta de estímulo hormonal, o endométrio deve ser mais fino, medindo até 0,5 cm nas mulheres sem terapia de reposição hormonal (T.R.H.) e podendo atingir 0,7 cm naquelas que estão em regime de T.R.H. O diagnóstico do pólipo é suspeitado quando se observa uma área focal ou mesmo difusa de espessamento endometrial. Para se obter imagens mais elucidativas um exame de histerossonografia pode ser feito. Neste, a injeção de soro fisiológico na cavidade uterina auxilia na melhor visualização do pólipo e da superfície do endométrio. Outro exame que pode ser feito neste caso é a histeroscopia, uma espécie de endoscopia do útero, onde podem ser realizados o diagnóstico e o tratamento dos pólipos.


Imagem do útero no plano lateral demonstrando polipo endometrial



Histerossonografia. A injeção de soro fisiológico no interior do útero demonstra facilmente o pólipo endometrial
 
Um abraço e saúde,
Luciana Chamié

domingo, 27 de março de 2011

Reserva Ovariana

Acredito que algumas de vocês já devam ter ouvido falar no termo “reserva ovariana”. Mas o que isso realmente significa?

Reserva ovariana representa a quantidade remanescente de folículos (inativos e de folículos ovarianos primários) existentes nos ovários de uma mulher em um dado momento, ou seja, a população total de óvulos de uma mulher em um intervalo de tempo. A importância de sua determinação envolve o simples desejo do conhecimento da reserva e, também, situações na qual a mulher pode ter este número reduzido, com sérias implicações na sua capacidade reprodutiva. As mais freqüentes são: (a) mulheres que desejam postergar a maternidade por motivos não médicos; (b) mulheres submetidas a tratamentos que possam comprometer sua fertilidade (radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e cirurgias nos ovários); (c) mulheres com dificuldade para engravidar e (d) mulheres acima de 35 anos.

Para melhor compreensão do impacto do tempo neste assunto, vou fazer uma breve retrospectiva sobre a produção/reserva de óvulos de uma mulher desde o momento em que foi gerada até a idade reprodutiva:

“A população de folículos de uma mulher é estabelecida durante o 5º mês de vida intrauterina. Neste período o número de folículos primordiais é calculado em aproximadamente 10 milhões. Ainda durante o período fetal, este número cai para 1,5 milhões próximo ao nascimento e diminui ainda mais para cerca de 500 mil folículos por volta da menarca (1ª menstruação). Acredita-se que este número de folículos presentes à 1ª menstruação estime o número de ovulações desta mulher ao longo da vida. A idade, problemas de saúde, cirurgias nos ovários dentre outras causas exercem um impacto negativo no tamanho da reserva folicular e na qualidade dos óvulos levando a um grande número de mulheres com problemas de fertilidade. Uma substancial redução na reserva ovariana ocorre aos 37 anos. Entretanto é importante salientar que a diminuição da reserva folicular é extremamente variável de mulher para mulher. Isto acaba gerando dificuldades aos médicos e cientistas quando se tenta estabelecer regras gerais para o aconselhamento de mulheres que desejam postergar a gestação ou que serão submetidas a tratamentos oncológicos.”

Current Opinion in Obstetrics and Gynecology
2010,22:271-276


Atualmente existem alguns marcadores que, quando analisados em conjunto, podem contribuir para a determinação da reserva ovariana, tais como:

1-    Dosagem do hormônio folículo estimulante (FSH) na fase folicular inicial do ciclo menstrual (entre os três primeiros dias do ciclo menstrual)
2-     Dosagem do hormônio estradiol (E2)
3-     Dosagem da inibina-β
4-     Dosagem do hormônio anti-mulleriano (HAM)
5-     Contagem ultrassonográfica de folículos antrais (CFA)


A maioria dos marcadores são inespecíficos, pois avaliam mais a atividade ovariana do que propriamente a reserva. Dados mais recentes da literatura afirmam que a dosagem do hormônio anti-mulleriano (HAM) e a contagem ultrassonográfica de folículos antrais (CFA) propiciam avaliação superior em relação aos demais testes em termos de acurácia, custo e invasividade, funcionando como os melhores marcadores do desenvolvimento folicular.

Hormônio anti-mulleriano

O HAM é uma glicoproteína envolvida no crescimento e diferenciação celular e é secretado pelas células da camada granulosa dos folículos ovarianos. Seus níveis são quase indetectáveis ao nascimento, atingem o ápice na puberdade e diminuem progressivamente com a idade, tornando-se indetectável à menopausa (níveis inferiores a 0,086 µg/l). Acredita-se que o declínio de seus níveis inicia-se em torno dos 30 anos. Estudos demonstraram que o HAM atua como fator decisivo no crescimento e recrutamento folicular. A sua secreção é independente em relação à fase do ciclo menstrual, podendo ser dosado em qualquer fase do ciclo. Atualmente é considerado o melhor marcador hormonal de reserva ovariana, apresentando forte correlação com o número de folículos antrais e com a sua depleção em um dado estágio da vida da mulher, quando comparado aos demais marcadores rotineiramente usados. Todavia, é válido ressaltar que existem diferentes metodologias de mensuração deste hormônio disponíveis, com sensibilidades variáveis. O teste é feito através de uma amostra de sangue.

Contagem de folículos antrais



A CFA representa a contagem de folículos antrais ovarianos realizada durante a fase folicular inicial do ciclo menstrual associada ao cálculo dos volumes ovarianos. A não invasividade é a sua principal vantagem como teste de avaliação da reserva ovariana, podendo ser repetida várias vezes. É considerado um teste de elevada acurácia, notando-se excelente correlação entre o declínio do número de folículos e a idade da mulher, apesar desta observação poder ser mais gradual para o número de folículos do que para o volume ovariano. Atualmente alguns equipamentos de ultrassonografia contam com uma ferramenta desenvolvida propositadamente com o objetivo de automatizar esta contagem, tornando mais rápida e segura a determinação do número de folículos. Este teste é dependente da expertise e técnica do ultrassonografista e de maior utilidade na ausência de cistos ovarianos concomitantes.

Na prática clínica ginecológica estes testes têm sido empregados principalmente pelos especialistas em infertilidade no estabelecimento de esquemas de indução da ovulação, podendo auxiliar na prevenção da síndrome de hiperestimulação ovariana, bem como para prever a baixa resposta ovariana nos ciclos de fertilização in vitro. Outra indicação importante para sua aplicação inclui a avaliação do dano ovariano em pacientes operadas nas quais os ovários foram manipulados na cirurgia (ex. ressecção de endometriomas ovarianos, cistos dermóides, etc...). O emprego de cauterização no tecido ovariano durante as cirurgias, utilizado para interromper sangramentos, por exemplo, é o maior inimigo da reserva ovariana, pelo risco de dano direto ao tecido folicular.

É importante saber:
  • que o processo ovulatório na mulher, diferentemente dos animais, visa o crescimento de apenas um folículo dominante, pois visa gerar um único filho.  Gestações gemelares provenientes de duas ovulações concomitantes são raras, ocorrendo em 1/81 ovulações, ou seja, uma a cada cinco anos;
  • os folículos remanescentes de um ciclo menstrual, sofrem o processo de apoptose ou morte celular programada;
  • nos homens, os gametas são produzidos ao longo da vida, enquanto que as mulheres não mais os produzem após o nascimento. Já nascem com a reserva de óvulos pré-determinada;
  • durante a gestação ou períodos de anovulação crônica (por exemplo, na síndrome dos ovários policísticos; e no uso de anticoncepcionais) há uma continuidade neste processo de diminuição da reserva, com perda de óvulos.

Assim como todos os demais testes diagnósticos, seus resultados e aplicações clínicas devem ser avaliados com bom senso, por especialistas no assunto.  

Um abraço a todas,
Luciana Chamié


Glossário

  • Folículos inativos, folículos primordiais e folículos ovarianos primários- estágios do desenvolvimento folicular obrigatórios para que o folículo atinja a maturidade
  • Óvulo- gameta feminino
  • Cauterização- processo de destruir tecido com eletrecidade, também denominado eletrocauterização, geralmente usado para parar sangramentos de pequenos vasos ou para cortar um tecido corporal





sábado, 5 de março de 2011

Por que adiar para daqui a dois anos o sonho que você pode realizar hoje?

Antigamente era assim: a mulher casava entre 20 e 30 anos e após um ano de casamento começava a tentar engravidar para dar a luz ao primeiro rebento, de uma série de três a quatro filhos.  Após a realização do sonho do casamento, era este o próximo objetivo do casal. Mas ao longo do tempo as coisas foram mudando (e muito!) e com elas, os valores e ambições individuais e consequentemente dos casais. Nos tempos atuais, percebe-se uma importante mudança na faixa etária das mulheres quando o assunto é casamento, que passou a ocorrer entre 30 e 40 anos. Isso porque, antes de jurar amor eterno, em primeiro lugar vem a realização profissional, que inclui não somente concluir a escola e a faculdade, mas fazer uma pós-graduação e conseguir um emprego estável. Entretanto, apesar de se preocupar em conquistar um lugar no mercado de trabalho, o sonho de ser mãe não é esquecido, apenas adiado. A crença de que os modernos métodos de reprodução assistida irão resolver qualquer dificuldade que possa aparecer e de que o nascimento dos filhos deve acontecer em um momento de “estabilidade” contribuem para fortalecer estas idéias. O que talvez a maioria das mulheres não saiba é que o seu relógio biológico reprodutivo não para e que a sua reserva de óvulos diminui progressivamente a cada ciclo menstrual. Isso quer dizer que a partir dos 35 anos acentua-se a curva de declínio da reserva ovariana e com ela as chances de gestação. Outras preocupações incluem o maior risco para o aparecimento de malformações fetais e síndromes cromossômicas, bem como maior risco materno. Neste grupo etário também são mais comuns outras condições, como miomas uterinos, doença inflamatória pélvica e endometriose, que podem contribuir, com diferentes graus de importância, para reduzir as chances de gravidez. Em mulheres acima de 45 anos há maior freqüência de hipertensão arterial, diabetes e câncer de mama. O que fazer diante de tais fatos? Abdicar da carreira? É claro que não! O que talvez as pessoas custem a perceber é que o “momento perfeito” de estabilidade financeira e emocional pode custar a chegar e que dividir as atividades de trabalho, casa e educação dos filhos é possível, ainda mais com avós mais jovens para ajudar!! A conscientização a respeito destas modificações é fundamental para o planejamento familiar e assegurar a realização pessoal. Pensem a respeito,
Um abraço,
Luciana Chamié


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Visita à Universidade de Edinburgh, Escócia

Acabo de retornar da visita ao Professor Colin Duncan, no Departamento de Pesquisa na área da mulher. Fiquei impressionada com a infra-estrutura dedicada à pesquisa na área de ginecologia, com interessantes aspectos especialmente em ovários policísticos, endometriose e imaginologia. Também vale ressaltar que em se tratando de uma medicina socializada, o hospital universitário é muito organizado, bem equipado e com um atendimento humanizado! Gostei muito!
Luciana

domingo, 13 de fevereiro de 2011

mais uma mensagem recebida:

Dra Luciana,
que felicidade ver o site pronto e enfim conhece-la ao menos por foto ja que o oceano nos separa fisicamente.
Ja andei dando uma olhada em tudo e adorei. Vc está de PARABENS!! Muito instrutivo!!
Não vou cansar de dizer que vc realmente é uma pessoa MARAVILHOSA e uma profissional EXEMPLAR. Como faz falta isso na Europa.
So posso te desejar SUCESSO e mais SUCESSO.
Como nada na vida é por acaso, aguardo ansiosa ao nosso encontro para que possamos estreitar essa amizade e para que eu possa agradecer pessoalmente toda sua ajuda prestada de longe e que enfim me ajudou a resolver meu problema.
Com carinho, sua paciente virtual,
Adriana Astbury

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

olá para todas,

Transcrevo aqui, o depoimento de uma paciente:

"Vou tentar resumir aqui a minha” via-crucis”, entre varios médicos,até chegar ao diagnóstico de endometriose, que me abalou, pelo que vinha como  consequencia. Menstruei aos 12 anos incompletos. Fazia esportes na escola e na faculdade. Nunca tive muita cólica, e meu fluxo era regular, de 4 dias máximo. No 1º.dia, havia certo desconforto, que sumia com um analgésico como tylenol 500 mg. Assim foi até mais ou menos 2002, quando piorei de uma fissura anal, com hemorróida, ambos operados em 1998. Em inicio dos anos 90, fui diagnosticada com cólon irritável, porque tinha diarréia aternada com intestino preso. Sentia gases, abdomen distentido, desconforto no baixo ventre. Ia ao WC sem regularidade. Sou uma pessoa ansiosa, mas isso nunca havia me atrapalhado, exceto até 1999, quando passei por um problema sério e dizendo vários médicos, somatizei. Bem, fiquei 95 dias com diarréia. A princípio achei que iria ter um câncer, mas depois de consultar 5 profissionais, de diversas áreas, fui parar no psicoterapeuta. Creio que o emocional contribuiu,pois as perdas nos fazem realmente doentes de corpo e mente, porém, eu já sentia que havia algo errado. Moro no Nordeste e certa vez, viajando a SP com meus pais, visitei um famoso gastroenterologista. O mesmo me pediu varios exames:colonoscopia (devido a minha queixa de muco nas fezes, dor à evacuação, gases, diarréia, dor na menstruaçao, dor na relação sexual, fluxo menstrual diferenciado – eu diria, com aparência de “aguado”. O vermelho caracteristico parecia desbotado. Meus exames NUNCA mostraram nada demais. Fiz check-up completo com US de abdomen, pelve, exame da tireóide, endoscopia, sangue completo, enfim...isso foi repetido 3 anos consecutivos. Mudei de ginecologista e passei a me consultar em SP, nesta área, pois antes havia morado no RJ e lá é que fazia meu preventivo. Certa vez, cheguei a realizar aquele horrível e doloroso exame chamado videohisteroscopia. Um horror! Lá foi visto um mioma submucoso, dentre outros.Porém, quando fiz minha cirurgia em 2009, o útero já estava enorme , quase duplicado, com comprometimento de trompas e ovários. A endometriose se espalhara até o intestino, sim, o que me levou a 5 colonoscopias, sem que houvesse uma conclusão do diagnóstico. Minhas queixas eram mais intestinais , que propriamente ginecológicas, exceto pela dor à penetração. A vida sexual ficou uma porcaria, fui deixando-a de lado, me abandonando bastante durante os anos seguidos. Nenhum ginecologista me explicava por que até os exames preventivos estavam dolorosos. Meu proctologista, me fazia todos os anos, exames do reto-sigmóide e também NADA era visto demais no exame (detalhe que minha endometriose é do tipo profunda, com 8cm de distancia da borda anal). Quando fiz minha cirurgia, quase precisei retirar um pedaço de 20 cm dos meus intestinos, para me livrar das lesões dolorosas do SIGMÓIDE.São 3: duas coladas entre si e uma aderida à área reto-cervical, pelo que entendi. Sei  que preciso ainda fazer isto, mas tenho receio.Enquanto isto, vou sendo forçada ao ridículo de dores ao exame ginecológica, e pior: minha vida sexual ficou sem qualidade, comprometida. Melhorei bastante das dores, dos comprometimentos intestinais, mas a memória da dor permanece e é muito desagradável. Não me vejo mais tendo uma vida sexual normal. Creio ter começado a sentir dores há uns 12 anos. De lá para cá, só há 2 anos atrás fui diagnosticada. Isso me dói, por pensar que poderia ter evitado a mutilação. Não sou mãe e sou muito estressada pela minha atividade empresarial. Porém, posso me considerar super disciplinada e cuido muito da minha alimentação. Fiz histerectomia total há quase 2 anos. Tenho uma excelente médica ginecologista, que me indicou a competentíssima e especialista em endometriose, Dra. Luciana Chamié,  para realizar exames de ultra-sonografia transvaginal com preparo intestinal, quando suspeitou da doença. O exame demonstrou a presença de lesões compatíveis com focos de endometriose, assim como os detalhes em relação às dimensões e localização destes focos. Eu sabia que havia algo errado, e que eu assistia piorar. Eu tinha dores à evacuação, tendo muitas vezes que procurar posição no vaso sanitário, para não sentir tanta dor. Minhas fezes eram estreitadas, finas. Eu sentia ao me agachar no banho, que havia uma massa esquisita no períneo. Sempre que eu defecava, aliviava a dor. Quando comia, pesava e sentia muito desconforto. Tive perdas sérias na vida e um ano e meio antes do diagnostico que confirmou a doença, eu perdi meu pai, a pessoa que mais amava no mundo. Foi um período muito duro e que coincidiu com a piora da doença. Então, penso que há a doença em si, mas o estresse é o combustível que a alimenta, sem dúvida. Espero que essa historia ajude as mulheres a não chegarem ao extremo da mutilação, nem a perda de um rim, ou pedaço do intestino por causa da endometriose".
m.p.

Bem vinda!!

Olá, seja muito bem vinda ao nosso blog! Este espaço foi criado exclusivamente para você tirar dúvidas, fazer comentários e compartilhar experiências. Será um prazer poder ajudá-la. Um abraço,

Luciana Chamié